Cerca de 200 profissionais que atuam nas áreas de Educação e Saúde participaram sábado, nas dependências da Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, do 2º Simpósio de Dislexia da Região.
O evento, que contou com diversas palestras e debate sobre o tema, atraiu representantes de Americana, Araras, Campinas, Estiva Gerbi, Jundiaí, Mogi Mirim, Nova Odessa, São Paulo e Santa Bárbara d’Oeste. Profissionais portadores desse distúrbio de aprendizagem, assim como pais de alunos com o problema, participaram das discussões.
Para a coordenadora do simpósio, a neuropsicopedagoga Débora Regina Piovezan, o evento retratou muito a realidade dos disléxicos. “A nossa preocupação como especialista na área é a multiplicação das informações, pois se 15% da população é disléxica, nós temos muitos alunos nas escolas que não estão rendendo e, provavelmente, é disléxico e ninguém sabe”, advertiu. Ela avaliou que o evento foi muito produtivo e parabenizou o município de Santa Bárbara d’Oeste por ter a primeira lei do Brasil que protege os alunos portadores de dislexia.
Os vereadores Léo Teodoro Gurnhak (PDT), de Araras, e Valmir de Almeida (PT), de Iracemápolis, vieram buscar subsídios para implantar o projeto em suas cidades. Em Araras, segundo Gurnhak, o projeto de lei já foi protocolado e está, atualmente, sob análise das comissões para depois ser apreciado em plenário pelos parlamentares. Em Iracemápolis, o projeto ainda será apresentado. Também esteve na cidade acompanhando o evento a primeira dama de Estiva Gerbi, Isabela Dresler Del Judice.
O vereador Cláudio Peressim (PDT), autor do projeto que deu origem à Lei Municipal nº 3.078, de 23 de abril de 2009, que institui no município o Programa de Apoio ao Aluno Portador de Distúrbios de Aprendizagem Diagnosticados como Dislexia, ficou muito satisfeito com a repercussão do evento e da sua propositura. “É um ganho muito grande para a educação da cidade e região e fiquei feliz em ver meu projeto aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Mário Heins (PDT)”, afirmou o parlamentar, destacando que a dislexia é um problema sério enfrentado por muitas famílias.
LEI
A lei determina que professores devem aplicar estratégias diferenciadas para estudantes disléxicos, como permitir que o aluno use o computador para elaborar trabalhos escritos ou utilize gravador, quando o assunto for muito difícil ao disléxico, através de esquemas claros e didáticos.
Os professores também devem permitir que o estudante com dislexia use máquina de calcular durante as lições de matemática, bem como nas provas aplicadas e que responda as questões dos testes oralmente, bem como refazer o teste quando necessário, atribuindo nota extra para compensar as notas baixas.
A proposta é diminuir os prejuízos emocionais ao estudante fazendo com que ele prossiga seus estudos junto aos demais colegas de classe. É válida para todos os estabelecimentos de ensino da cidade e autoriza ainda a visita à unidade escolar de um profissionais (psicopedagogo ou fonoaudiólogo) para avaliação do proveito da aplicação das estratégias e artifícios oferecidos aos alunos portadores da dislexia.
Segundo Peressim, os efeitos da lei são aplicados a partir do momento que o aluno tenha em mãos o laudo emitido pela ABD (Associação Brasileira de Dislexia), que poderá ser feito através de convênio com o município, principalmente para as famílias que não têm condições financeiras para pagar os exames, que custam hoje cerca de R$ 2,2 mil.
Publicado em: 01 de junho de 2009
Publicado por: Câmara Municipal
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Categoria: Notícias da Câmara
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