O vereador Cláudio Peressim (PDT) protocolou na última sexta-feira, dia 13, o Projeto de Lei 31/09 que autoriza o Poder Executivo a instituir o “Programa de Apoio ao Aluno Portador de Distúrbios Específicos de Aprendizagem Diagnosticados como Dislexia”.
Segundo o parlamentar, o objetivo da proposta é amenizar prejuízos emocionais ao estudante diagnosticado com a “Dislexia” na fase escolar, fazendo com que ele consiga prosseguir seus estudos junto aos demais colegas de classe.
Pela proposta, o Poder Executivo estabelecerá normas específicas, que serão aplicadas em sala de aula para estudantes disléxicos.
Os professores deverão aplicar estratégias diferenciadas para estudantes disléxicos, sendo elas:
I – Permitir que o aluno disléxico use o computador para elaborar trabalhos escritos;
II – Permitir que o aluno utilize gravador, quando o assunto for muito difícil ao disléxico, através de esquemas claros e didáticos;
III – Permitir que o aluno disléxico use máquina de calcular durante as lições de matemática, bem como nas provas aplicadas;
IV – Permitir que o aluno disléxico responda as questões dos testes oralmente, bem como refazer o teste quando necessário, atribuindo nota extra para compensar as notas baixas;
V - Não insistir para que o aluno disléxico copie as lições do quadro-negro, sendo permitido copiar anotações do professor ou de um colega;
VI – Permitir aplicação de artifícios para facilitar a memorização do estudante disléxico, como músicas, imagens (através de filmes, fotos);
VII – Corrigir a escrita, avaliando o significado de seu conteúdo, e não o número de palavras escritas de forma ortográfica correta.
O projeto prevê também que fica autorizada a visita ao estabelecimento de ensino, do profissional capacitado (psicopedagogo/fonoaudiólogo) para avaliação do proveito da aplicação das estratégias dos artifícios aos alunos portador da dislexia.
A referida lei, que deverá ser regulamentada por decreto,valerá para todos os estabelecimentos de ensino particular, estadual e municipal da cidade de Santa Bárbara d’ Oeste.
“Apresentamos referido projeto de lei com o objetivo de assegurar ao aluno portador de distúrbios específicos de aprendizagem diagnosticados como dislexia, o direito de ter o acompanhamento de especialista (psicopedadoga/fonoaudiólogo) no seu desenvolvimento escolar”, diz Peressim em sua justificativa.
Ainda segundo ele, depois de diagnosticada a dislexia há necessidade que haja um acompanhamento diferenciado na escola por parte do professor onde, este deve estar preparado para atender e amenizar o transtorno que este distúrbio causa ao aluno disléxico.
Considerada como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é registrada com maior incidência nas salas de aula. “Não se trata de incidência sócio econômica ou de baixa inteligência, pois esta atinge todas as camadas sociais”, complementa.
O aluno com dislexia pode ser diagnosticado através da dificuldade com a linguagem escrita, em escrever, na ortografia, na lentidão no aprendizado da leitura, mas tem inteligência acima da média, apesar de aparentar o contrário. Muitas vezes o aluno disléxico apresenta disgrafia (letra feia), discalculia (dificuldade em decorar símbolos matemáticos), dificuldades com a memória em curto prazo e na organização e execução de tarefas complexas, ou dificuldades de aprender uma segunda língua.
“Visando garantir o acompanhamento aos alunos portadores deste distúrbio conhecido como dislexia este programa prevê a participação dos profissionais especializados em psicopedagogia e fonoaudiologia para avaliar o desenvolvimento deste aluno”, esclarece o vereador.
A escola que possui em sala de aula um aluno com distúrbio caracterizado como dislexia deverá recorrer a diversas atividades técnicas de ensino e descobrir qual delas melhor se adapta a cada estudante e a cada situação, pois este aluno tem dificuldades em acompanhar o modo tradicional de ensino.
Peressim afirma ainda que o aluno com dificuldade de linguagem tem problemas com testes e provas, geralmente não conseguem ler todas as palavras das questões do teste e não estão certos sobre o que está sendo solicitado.
Quanto à escrita, é lenta, e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado.
“Diante destes fatos o professor deve esquematizar o conteúdo das aulas levando em consideração a existência das dificuldades que o aluno disléxico possui. A demonstração de imagens como filmes, fotos, figuras, por exemplo, visa motivá-los, pois auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual do aluno”, finaliza.
Publicado em: 16 de março de 2009
Publicado por: Câmara Municipal
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Categoria: Notícias da Câmara
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