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      A ex-servidora Maraiza Domingues, pivô das denúncias de corrupção na atual Administração Municipal, disse hoje (17), durante depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI), na Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, que não possuía provas das denúncias realizadas ao Ministério Público em setembro do ano passado e que, por essa razão, se arrependia do depoimento prestado à promotoria. Apesar disso, a depoente confirmou ter visto o recebimento de uma caixa de bombons contendo dinheiro pela secretária municipal de Administração, Ana Leone. Ela, no entanto, não soube afirmar a quantia que teria sido entregue à secretária por uma empresa fornecedora da Prefeitura.

      No início do depoimento, a ex-servidora se esquivou dos questionamentos formulados pelos parlamentares, respondendo apenas que não tinha mais nada a declarar além das informações já prestadas ao Ministério Público. Após um breve intervalo, para reunião da procuradoria e assessoria técnica da Câmara com os membros da CEI, Maraiza foi advertida de que teria de responder de forma clara às perguntas dos vereadores ou estaria incorrendo em crime de falso testemunho na condição de negar esclarecimentos às denúncias feitas por ela sobre a existência de fraudes em licitações na Prefeitura. O depoimento dela, que durou cerca de cinco horas, foi assistido por membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representantes de entidades de classe e pela imprensa da região.

      Ainda durante a oitiva, após ser alertada sobre suas evasivas, Maraiza, que atuou como vice-presidente na Comissão de Licitações do Executivo, afirmou que não teve acesso a nenhum documento que comprovasse fraudes em licitação ou pagamento de propina. Entretanto, ela afirmou ter ouvido comentários na Prefeitura a esse respeito. Indagada sobre quem teria feito esse tipo de comentário e se essas pessoas poderiam confirmar seu testemunho, ela não soube responder. Ela também afirmou não ter presenciado, em nenhum momento, o recebimento de propina pelo prefeito Mário Heins (PDT), e que teria feito essa afirmação no Ministério Público com base em conversas ouvidas na sede do Executivo, mas, novamente, não citou o nome de alguém que pudesse confirmar sua versão.

      Na segunda-feira (21), em nova reunião da CEI, devem ser ouvidas quatro novas testemunhas, incluindo a secretária Ana Leone e Osvaldo Domingues, pai da ex-servidora Maraiza e padrinho de casamento do prefeito. Ex-sócio de Mário Heins, ele  também é autor de denúncias contra a atual Administração. As intimações devem ser entregues amanhã, conforme deliberado pelos integrantes da CEI em reunião na noite de hoje.