O presidente da Câmara Municipal, Raimundo (Itaberaba) da Silva Sampaio (PSDB) protocolou ontem (26) moção que manifesta apelo ao Presidente do Congresso Nacional, deputado Garibaldi Alves Filho e aos seus pares para aprovação do Projeto de Lei 2860/2008, de autoria do deputado federal, José Carlos Machado (PFL-SE) que estabelece política tarifária para o setor elétrico nacional visando incentivar a indústria têxtil.
A proposta foi elaborada em função da visita de Lucas Berggren e Jonas Henrique Ceribelli, respectivamente diretor e assessor jurídico da Ober S/A, Indústria e Comércio, empresa radicada a 45 anos em Nova Odessa, na última terça-feira, dia 25.
No encontro, os visitantes pediram apoio da Câmara à iniciativa.
Segundo a propositura, trata-se de um inusitado projeto visando incentivar a indústria têxtil do país, e para tanto, propõe a criação de tarifa especial de energia elétrica para as indústrias de fabricação de produtos têxteis.
Para Itaberaba, justifica-se tal propositura devido a enorme crise que as indústrias têxteis têm enfrentado, atrelada a diversos fatores, dentre eles, o baixo crescimento da economia e a forte apreciação cambial.
O líder do mercado mundial hoje é a China, que mantém sua moeda desvalorizada frente ao dólar e concede uma série de subsídios aos seus produtores.
“Desta forma, o setor têxtil, não consegue competir com o produto no mercado, tornando-se desleal a concorrência, principalmente pelos produtos chineses, e o projeto visa oferecer isonomia competitiva ao setor respeitando os princípios constitucionais e as políticas gerais que orientam a prestação de serviços públicos, objetivando a criação de mais postos de trabalho com geração de emprego e renda”, pondera o presidente.
O documento informa também que a concorrência com os produtos importados da China tem afetado 54% dos exportadores brasileiros. No mercado interno, uma em cada quatro empresas nacionais disputa espaço com os artigos chineses, e é preciso que se faça algo para salvar as indústrias têxteis brasileiras que já deixaram de vender seus produtos para o exterior e perderam clientes considerando que a procura por essas mercadorias e o impacto delas no mercado nacional deve-se ao preço mais acessível, atraindo, principalmente os consumidores de baixa renda, que vêem a possibilidade de consumir pagando pouco.
Os setores mais prejudicados do ramo têxtil são vestuários, cama, mesa e banho, calçados e equipamentos hospitalares e de precisão. Os dados são da Sondagem Especial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
“O que é mais triste é saber que os produtos que entram no país muitas vezes não seguem os padrões de qualidade estabelecidos pela legislação brasileira, o que pode acarretar problemas para o consumidor, caso o produto apresente defeito no futuro, fazendo com que o barato se torne caro”, avalia.
“Na realidade de hoje, os produtos importados entram tanto pelo comércio informal quanto pelo estabelecido, e as próprias empresas brasileiras usam matérias-primas importadas para reduzir o custo final de produção, tentando sobreviver à concorrência desleal”, finaliza.
Itaberaba requer também que cópia da moção seja encaminhada ao CIESP, FIESP, aos sindicatos das empresas têxteis das cidades de Santa Bárbara d’Oeste, Americana e Nova Odessa, bem como a todos os prefeitos municipais e presidentes das Câmaras das 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
A propositura contempla a possibilidade de apoio dos demais vereadores.
Publicado em: 27/03/2008 00:00:00
Publicado por: Câmara Municipal